quinta-feira, 28 de junho de 2012

Notação Musical

     Muitas pessoas ollham uma partitura e perguntam: _ Nossa!!! Como você entende esse monte de rabisco?Mal sabem elas a evolução pela qual passou a notação musical que hoje utilizamos. Sim à primeira vista é complicado, como se estivéssemos aprendendo outra língua, mas torna-se tranquilo com a prática reiterada da leitura musical.
     Para a acústica não existem notas musicais, mas sim frequências medidas em hertz, ou seja, números de vibrações da onda sonora, porém, para a cultura ocidental, ficou definido que as notas musicais são sete. Na realidade, temos muito mais sons ou frequências. Outras culturas trabalham com outras quantidades de notas, sendo que o limite de sons, altura, timbre e intensidade são estabelecidos pela natureza e estudados pela física.
     Obviamente a história da notação musical não segue um caminho tão simples e retilíneo, havendo várias curvas e reentrâncias no trajeto, porém demonstraremos de modo simplificado essa trajetória.
     No ocidente, o nome das notas foi dado pelo monge beneditino Guido D’Arezzo no século XI a partir das primeiras sílabas das palavras do hino a São João Batista transcrito abaixo através da notação mais moderna não condizente com a original.





                                Latim                                    Português  
                                 Ut queanti laxis                       Para que possam
                                 Resonare fibris                        Ressoar as maravilhas
                                 Mira gestorum                        De teus feitos
                                 Famili tuorum                         Com largos cantos
                                 Solve polutti                           Apaga os erros
                                 Labii reatum                           Dos lábios manchados
                                 Sancte Joanes                        Ó São João



     O monossílabo si foi extraído do hino aproveitando as iniciais de Sancte Joanes e o Ut transformou-se em dó. Portanto, hoje em dia temos as seguintes notas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si.
     Na Idade Média, foi adotada a escrita neumática, característica do canto gregoriano, que não possuía a precisão necessária para determinar todas as relações intervalares. A leitura das alturas se fazia através de um método quase que de adivinhação, pois, até mesmo os copistas contribuíam para aumentar os problemas deturpando a localização e o desenho dos neumas. A seguir, temos a relação de alguns neumas e sua evolução:
 

     A relação com a música escrita era apenas a de facilitar a lembrança daquilo que já constava
na memória, uma notação com valor mnemônico. Foi criada, por volta do século IX ou X, uma
linha que serviu de ponto de referência aos sons notados e nela colocou-se a nota fá, determinando,
assim, que o nome da linha seria linha Fá. Buscava- se, por fim, a notação incerta dos neumas.


       Após este período, deu-se início à fase cromática da notação musical na qual se estabeleceu um tetragrama com a cor amarela para a nota Dó 5 e a vermelha para o Fá 4.



     Com o passar do tempo, outras linhas foram acrescentadas e a fase cromática deu lugar à fase
representativa na qual a função era indicada com a letra representativa de cada figura: F para o fá, C
para o dó e G para o sol. Todas as outras notas possuíram e ainda possuem sinais gráficos que as
representam e que passaram a se chamar “clave signatae”, entretanto, apenas as três notas
anteriormente citadas perduraram até os dias atuais.

 

     Além de definir o nome das notas musicais no ocidente, Guido d’Arezzo, no século XI, fixou
a pauta num certo número de linhas arrumando as notas com precisão pondo fim, assim, à
relatividade dos neumas.


(Do livro "Teoria Musical - Estruturas rítmicas, melódicas e harmônicas" Registro nº 522.036, livro: 990; folha: 499)

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