quarta-feira, 18 de julho de 2012

Rússia e a música


Em homenagem ao segundo país com mais acesso ao blog, depois do nosso, resolvi postar peculiaridades sobre a música russa. É indubitável que na área erudita, os russos estão há pelo menos uns 200 anos como um dos mais importantes pólos culturais. 

Quem nunca apreciou uma das famosas peças para ballet de Tchaikovsky, ou nunca ouviu algum dos contemporâneos: Stravinski, Prokofiev, Rakhmaninov e Shahtakovith?! Obras desses compositores, entre outros, foram eternizadas em grandes concertos, temas de filmes e na cultural universal em geral.  

Seus maestros, que regeram orquestras de suma qualidade, tem seus nomes vivos na memória da música erudita. Tais como: Evgeny Mravinsky, Vladimir Ashkenazy, Yuri Simonov e Vladimir Ziva. Todos estes à frente de orquestras que brilharam entre as melhores que haviam no cenário mundial e que são relembradas e citadas até hoje.

Com certeza, Tchaikovsky, com seu caráter distintamente russo, ricas harmonias e belas melodias, teve sua música, misturando padrões mundiais em melodias típicas, inscrita entre as grandes composições que encontramos na história. Escreveu tanto óperas, concertos, sinfonias, peças e balés em níveis muito elevados.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Piotr_Ilhitch_Tchaikovski


Deve-se mencionar também o grupo dos cinco, formado por Aleksandr Borodin, César Cui, Modest Mussorgsky e Nikolai Rimsky-Korsakov, os quais produziam música especificamente nacionalista russa.  


Como não poderia deixar de mencionar, a influencia cigana também marcou muito a música popular deste país. 
De acordo com as antigas crônicas russas, o primeiro cigano chegou na Rússia no século XV. Desde que foram proibidos instrumentos musicais na Rússia entre os séculos XIV e XVII, o cigano russo criou uma tradição musical baseada em coros. 
No século XVIII, apareceu um instrumento sem igual: o violão de sete cordas. Até muito recentemente, este era quase o único instrumento tocado pelo cigano russo. Este violão, afinado em SOL permite linhas de baixo melódicas como também harmonias que podem lembrar um jazz. As percussões eram, sempre presentes, feitas com utensílios de cozinha como colheres e panelas. E noutras vezes era utilizado o pandeiro ou o que chamamos de “percussão no corpo” com batidas de pé ao chão, estalos de dedos e batidas com as palmas das mãos, nas próprias mãos e em outras partes do corpo. 


A tradição de coros de ciganos alcançou seu cume no século XIX e continuou até a revolução. Cabarés, caracterizando os músicos ciganos, como o " Yar " em Moscou eram renomados, e foi descrito na literatura russa, (i.e. Pushkin). Durante aquele período, o cigano russo cooptou o estilo russo de romances musicais. O violino apareceu, importado dos ciganos dos Bálcãs. 


Os instrumentos étnicos que encontraremos na música russa são: a balalaika, zhaleika, domra, bayan, rozhok. sviriel. Para conhecer melhor a característica sonora de cada um desses instrumentos segue o link: http://russiashow.blogspot.com.br/2011/10/album-instrumentos-populares-russos-uma.html 



Videos:

Rachmaninov, Rhapsody on a Theme of Paganini - www.youtube.com/watch?v=90MuPqYtV_k&feature=player_embedded

Glenn Gould - Shostakovich , Piano Quintet G min Op. 57 - V - www.youtube.com/watch?v=tmfTqVqngO8 

"POLOVETSIAN DANCE" Aleksandr Borodin - www.youtube.com/watch?v=TmfTqVqngO8

Sites:

Partituras:

terça-feira, 10 de julho de 2012

Vibrato

Vibrato –

Para todos os meus alunos que sonham ansiosamente em saber essa técnica muito utilizada pelos instrumentos de cordas friccionadas, segue um tutorial explicando as várias formas de executá-lo.
Como vocês já devem ter ouvido dizer em sala, o vibrato é como uma gravidez, onde o bebê é preparado aos poucos e quando você menos percebe já se passaram os nove meses e ele já está nascendo.
Não adianta se matar ou ficar triste em não conseguir logo nas primeiras vezes, é necessário tempo para dominar está técnica, que sem outros elementos de nada serve, digo, de ter uma boa afinação, domínio de arco, postura, etc, etc...
Ou seja, se um dia vocês vierem tocar uma escala para mim usando vibrato, mandarei estuda-la de novo, pois o que é o vibrato, senão uma leve oscilação da afinação para baixo e para cima, enquanto o que pretendemos numa escala é verificar a afinação da forma mais pura que possa ser.

Existem três formas de se fazer o Vibrato:
Vibrato de Pulso: O ombro e os dedos do instrumentista permanecem parados, enquanto a mão e o braço giram (tremem) rapidamente da esquerda pra direita, fazendo com que os dedos alterem sua posição sobre as cordas.

Vibrato de Braço: Conforme orientação de meu amigo, o  professor de violino Luke Tripp, essa forma de vibrato ocorre quando o braço propulsiona o dedo a fazer o mesmo movimento que é feito com o pulso, gerando oscilações mais fortes, definidas e largas, ideal para violistas. 


Vibrato de Dedo: Apenas os dedos mexem. Porém, como é praticamente impossível mexer os dedos pros lados, a técnica baseia-se em alterar a pressão exercida sobre as cordas pelos dedos. O dedo aumenta e diminui sua força sobre a corda, aumentando e diminuindo a tensão da corda, causando o vibrato.

O vibrato não quer dizer que o violino vai se mexer, não quer dizer que o som tem que ser parecido com um cabrito e também não quer dizer que será usado o tempo todo em todas as músicas.  Porém, é um vibrato bem tocado que fazem muitas vovós chorarem ao ouvir um violino.  Ele pode denotar tanto da mais profunda tristeza como a mais agressiva interpretação. 
Espero que gostem:

Referências: Wikinpédia, violinlab.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Música Flamenca


O FLAMENCO é uma arte popular espanhola caracterizada pelo modo particular de dançar, cantar e tocar a guitarra proveniente da região da Andaluzia, no sul da Espanha. A Andaluzia é formada por oito províncias que são: Sevilla, Granada, Málaga, Córdoba, Jerez, Huelva, Cádiz e Almeria.

Os primeiros testemunhos do surgimento dessa arte datam do século XVI. Os locais de origem seriam Sevilla, Jerez e Cádiz, as três cidades consideradas a "Santíssima Trindade" do Flamenco.

Suas raízes estão calcadas num sedimento artístico composto por diferentes e sobrepostas civilizações como a árabe, judaica, hindu-paquistã, bizantina, cigana, entre outras.
Os ciganos têm um importante papel no desenvolvimento do flamenco. Com a intenção de abandonarem a Índia (séc. XIV) após uma série de conflitos bélicos e invasões de conquista, os ciganos foram para o Egito onde permaneceram até sua expulsão. Conscientes de que deveriam se dividir em grupos para assim "conquistarem" a Europa, uma parte desses povos se estabeleceram na Espanha por volta de 1425, trabalhando como pastores e artesãos. 
Durante essa época, os ciganos conheceram um período de paz que lhes permitiu uma certa integração com o folclore andaluz. 

Decretada a perseguição às tribos nômades pela Coroa de Castella em 1499, e com a expulsão dos não cristãos e os de raça considerada impura como os judeus, ciganos e árabes através das medidas severas adotadas pela Santa Inquisição, os grupos foram obrigados a se estabelecer nas montanhas e outros locais desabitados para sobreviverem. 
Com o convívio e mistura dos diferentes costumes e tradições dessa gente perseguida, foi surgindo uma nova forma de expressão cultural.
Nesse instante nascia a música flamenca, a arte do flamenco!!!



O cante é marcado pela melancolia, pelo fatalismo e pelo sentimento trágico da vida. Nascia aí o cante jondo. Para os ciganos a música é parte integrante do dia a dia e essencial nas datas festivas. Tudo o que necessitam para iniciá-la é uma voz e acompanhamento rítmico, como palmas ou golpes dos pés no solo.
Passada a repressão mais severa aos ciganos a partir das últimas décadas do séc. XVIII, eles foram se integrando ao convívio dos espanhóis . Assim começaram a surgir os payos, interessados em conhecer e interpretar a música gitana.

No final do séc. XIX, a música flamenca com a guitarra já incorporada estabeleceu suas formas tal qual a conhecemos hoje, levando-se em conta que, por estar viva, continua a evoluir. É correto afirmar, que só depois da inclusão da guitarra é que se introduziu o sapateado aos bailes. Em 1929, Antonia Mercé, "La Argentina", cria a primeira companhia de balé espanhol, que estréia na Ópera Comique de Paris. Já em 1949, Vicente Escudero apresenta também na capital francesa suas primeiras criações como bailarino.

Na música flamenca, encontramos diferentes ritmos, agrupados em famílias de acordo com a estrutura, melodia e temática comun entre eles. Em quase todos os palos se pode bailar, ainda que existam bailes sem cante e temas puramente vocais. Na interpretação dos ritmos, observamos melodias alegres e outras mais tristes. A primeira pode estar relacionada à etnia andaluza, um povo alegre e sensível às artes. Já os tristes, dentre outros temas, se referem exatamente a essa angústia dos povos errantes que desembarcavam na Espanha e eram tratados como estranhos, vivendo em lugares pouco povoados, de clima frio e úmido e vegetação escassa.

A palavra flamenco foi usada pela primeira vez em 1835. Acredita-se que o termo deriva do árabe fellah (camponês) e mengu (fugitivo), e foi usada como sinônimo de cigano andaluz. Estudiosos sustentam ainda a referência de flamenco ao termo "flamância" de origem alemã, que significa fogosidade ou presunção, e que era aplicada aos ciganos por seu temperamento.

Para aqueles que amam a cultura flamenca, assim como eu, e querem aprofundar nessa bela arte, segue link de um site que mostra todas as ramificações da música flamenca: http://www.flamencopolis.com/

Vídeos - na página de Downloads

Pretendo em alguma nova postagem, mostrar a utilização do violino na música flamenca. Um tema que me fascina muito, tendo-se em vista a harmonização flamenca, a estrutura do baile, e a improvisação que o músico precisa ter nas mangas, formando um processo criativo e inovador, característicos dessa cultura.




segunda-feira, 2 de julho de 2012

Timbre do Violino


Timbre é a característica que nos permite diferenciar sons de mesma frequência e altura entre fontes sonoras distintas. Aqui ao lado temos figuras e suas representações gráficas das ondas sonoras emitidas, todas executando o Lá Universal em 440Hz.
Pesquisando adjetivos para o timbre do violino, vocês encontrarão uma gama grande de definições: agudo, brilhante, estridente, aveludado, suave, morno, escuro, claro, encorpado, meloso, antigo, doce, equilibrado, maduro e a expressão "caixa acústica harmonizada em voz humana". 
Como ninguém em casa tem um laboratório acústico onde possam fisicamente fazer uma analise espectral do som. Sendo assim, a maneira como o definimos é através de comparação com outras sensações que trazem nossa memória auditiva. 
É um fator muito pessoal o interesse por um certo timbre. Creio que ao dizermos - o timbre desse instrumento é melhor - estamos julgando a partir de parâmetros pré-estabelecidos pelos nosso "gosto" auditivo. Pode ser que o mesmo timbre seja muito apreciado por outra pessoa. Envolve-se aqui também uma questão cultural.



domingo, 1 de julho de 2012

Música Celta

O termo música celta é muito controverso, pois os celtas como povo identificável não existem mais. Existem, sim, os povos em que a influência dos celtas é mais visível, como nas chamadas sete nações celtas: Escócia, Irlanda, Pais de Gales, Bretanha (região da França) , Galícia (Espanha) , Cornualha (Inglaterra) e a Ilha de Mann (Grâ Bretanha), assim como os países que sofreram influência desses povos, tais como EUA e Canadá (ao norte). Muitos confudem new age com a música celta, sendo que na verdade esses estilos não tem muito em comum tendo em vista que a música tradicional celta  é composta por danças tais como as reels, as jigas, valsas, marchas e outras que podem ser tocadas por violinos, acordeons, flautas, whistles, banjo, gaitas, etc. Além da música instrumental, há também uma gama de canções acompanhadas por esses instrumentos. 
Ao contrario do que muitos acreditam, a musica celta executada hoje em pubs e confraternizações data de século 2 até o presente. A associação com música medieval esta muito mais vinculada ao nosso inconsciente criado por filmes e histórias do que pelo conteúdo histórico. Há muito pouco registro da música celta antiga, sabendo-se que  a usavam para guerras e rituais religiosos descatando um dos instrumentos de registro histórico, a trompa celta.



Elementos e Características da Música Celta


O universo da música celta é amplo, indo desde a extrema melancolia até a  alegria e a euforia.
As diferentes regiões carregam diferenças culturais e por conseqüência musicais também, A Irlanda parece ter talvez, a mais "swingada" destas músicas, presente nela uma variedade rítmica exuberante.
As canções escocesas estão na grande maioria vinculada as bagpipes, assumindo um caráter de rítmica mais rígida e bastante rápida. Galícia, tem influencias ibéricas e latinas importantes, e a música Bretã apresenta-se um caráter modal e talvez seja a mais próxima da sonoridade medieval.
No aspecto rítmico a música celta se divide em Reels, Jigs, Polkas, Hornpipes, estes, rítmos mais alegres e contagiantes , sendo Airs, Valsa, Slip, Jigs, rítmos mais lentos e introspectivos. O formato dos temas é variável, sendo em sua grande maioria divididos em partes A e B mas existem temas 3 e até 4 partes; como no Chorinho, cada parte executada 2 vezes.
Como a maioria dos cancioneiros populares, este estilo também é a tradição oral, portanto, há uma gama de variações  para um mesmo tema, as partituras geralmente são encontradas em forma "Crua" abrindo espaço para improvisos e par, talvez a maior característica deste estilo, são as ornamentações.
Existem varios tipos de ornamentações, sendo as mais usadas, Triplets, Roll ons, half roll ons,notas pedais, glissanos e "grace notes". Essas ornamentações possuem várias funções, como divisão de notas, aumento de volume, e valor estético, e cabe ao músico decide qual ornamento usar em determinada frase.

Geralmente os violinos de orquestras tem que ser bem afinados, música limpa e tals, com o arco do violino bem esticadinho, ja na musica celta é o mesmo violino, só que não exige muito ficar o som tão limpo as vezes o som limpo estraga a música, por isso a crina do arco fica mais soltinha, e os ruidos do violino fazem parte da música, como em músicas e orquestras tem que passar o arco certinho retinho pra não fazer barulho, sempre com um som bem limpo, ja na música celta não.

Instrumentos


Uma das grandes características da música celta atual é sem dúvida a fusão de instrumentos folclóricos criando uma massa sonora sem igual e bastante peculiar . O grupo alem de utilizar instrumentos típicos da cultura celta também utiliza outros criando uma fusão diferente de timbres e rítmos nas composições.


- FIDDLE O violino é sem dúvida um dos instrumentos mais característicos, e na música celta assim como em grande parte dos estilos "folk" recebe nome de "FIDDLE".
 
                                                                                                 - BAGPIPES
Existem cerca de 180 tipos de fole pelo mundo, as bagpipes são talvez a marca registrada da música Irlandesa, Escocesa Galega e Bretã. Destacam-se as "Great Higland Bagpipes" na Escócia e as "Uillenn pipes" na Irlanda, "Biniou" bretão e a "Gaita" na Galícia.


- TIN WHISTLES
Pequena flauta tradicional irlandesa, também conhecida como "Pennu whitle"

- TENOR BANJO
Diferente do seu "primo" americano o "5 strings banjo", o banjo tenor é tocado com palheta e possui afinação em quintas como violin





- MANDOLIN
O mandolin, da familia dos bandolins possui diferentes tamanhos e formatos, instrumento que ganhou muita popularidade nos EUA no "blueglass".
O "Bouzouki" da familia dos mandolinas também é bastante usado no estilo.




- IRISH FLUTE
A flauta irlandesa tem timbre único, grave e bastante aveludado, diferindo bastante das "Tin whistles", mas como esta, também é um instrumento diatônico


- ACORDEOM
De teclas ou de botão o acordeom é um dos instrumentos mais ultilizados em toda música folk mundial. Na Irlanda ainda existem as "Concertinas" os "Box" semelhantes ao acordeom de botão.



               _ BODHRAN
                                                  Instrumento de percussão 
                                                                                irlandes.


- NYCKELHARPA
Instrumento de arco sueco, também conhecido como "Violino de chave".







                             - DIGERIDOO 
                             Instrumento de sopro de origem aborigene                                       

- CAJON
Instrumento de percussão espanhola.










Sites: 
Partituras: